Os vestígios históricos sobre a origem do povoamento de Famalicão, levam-nos á Idade do Ferro, mais propriamente a vestígios arqueológicos de castros dispersos por todo o concelho. O Castro do Monte das Ermidas, talvez fundado no século IV a.C., o Castro de São Miguel-o-Anjo ou ainda o Castro de Eiras, são alguns dos vestígios arqueológicos de remotos povoamentos que o concelho dispõe.
No entanto, as origens de Vila Nova de Famalicão remontam mais propriamente ao reinado de D. Sancho I, segundo rei de Portugal, que detinha na zona um reguengo e elaborou, em 1205, uma carta de foral para 40 povoadores dessa terra a fim de criar raízes populacionais na zona. Todo o lucro que os 40 povoadores obtivessem naquele reguengo seriam perpetuamente deles, por direito hereditário, e poderiam vender como seu foro a quem quisessem. Nessa mesma carta foral, o rei manda a povoação que faça uma feira quinzenal, tradição que ainda se mantém semanalmente.
Alguns autores referem que a povoação de Vila Nova de Famalicão já era, no início da nacionalidade portuguesa, sede administrativa e judicial da Terra de Vermoim, da qual herdou o território. Uma lenda que pretende encontrar a origem desconhecida do nome da nossa terra, conta que a personagem Famelião, ao fixar-se aqui, no tempo dos Condes de Barcelos, terá aberto uma taberna conhecida por Venda Nova de Famelião. No entanto, ter-se-á que esperar pelo censo de 1527 para aparecer pela primeira vez a referência a Vila Nova de Famyliquam, embora em 1307 já se fale, nas chancelarias de D. Dinis, em Fhamelicam.
Sendo terra e povoação antiga, Vila Nova de Famalicão, é um concelho moderno, criado em 1835, pela carta de foral da rainha D. Maria II, a qual também lhe restituiu em 1841, o título de "Vila". Fruto da revolução liberal, e também da luta persistente, e da vontade afirmativa de autonomia das suas gentes, que, durante longas décadas, exigiram a sua desanexação de Barcelos, imposta em 1410, pondo fim a séculos de apagamento politico.
A partir de meados do século XIX, depois da refundação do concelho, e com a abertura da estrada Porto-Braga em 1851, e do caminho-de-ferro em 1875, Famalicão entra numa fase de grande desenvolvimento. Constroem-se edifícios públicos, como o Hospital da Misericórdia em 1878, e os Paços do Concelho em 1881, e erguem-se na nova estrada, então Rua Formosa, edifícios luxuosos com capitais vindos do Brasil, de que é exemplo o Palacete Barão da Trovisqueira. E nessa época que começam a instalar-se, na então vila e no concelho, fábricas e oficinas que vão mudar tornar Famalicão, pouco a pouco, centro de uma grande zona comercial e industrial. São os casos da Boa Reguladora (1892), da Tipografia Minerva (1886), e das fábricas têxteis em Riba d'Ave, a primeira das quais em 1890 do Barão da Trovisqueira, e a Sampaio Ferreira, fundada em 1896 por Narciso Ferreira.
Apesar da morte de Camilo Castelo Branco em 1890, floresce na viragem do século, em Famalicão um punhado de escritores, poetas e jornalistas que fundam jornais (Gazeta do Minho - 1882, Gazeta de Famalicão e o Minho - 1884 e Estrela do Minho - 1895), revistas (Alvorada - 1885, e Nova Alvorada - 1891), e editam livros que ainda hoje são marcos na história literária e cultural. Júlio Brandão publica o seu primeiro livro de poemas O Livro de Aglais (1892), enquanto Bernardino Machado, ensina em Coimbra, e aí produz e edita grande parte do seu pensamento pedagógico e político. Alberto Sampaio vai publicando, em revistas, as investigações históricas, realizadas na sua Casa de Boamense, que serão, após a morte, (1908), reunidas nas Vilas do Norte de Portugal, e Póvoas Marítimas. É também, por essa altura, que os poetas Manuel Dias Gonçalves Cerejeira e Sebastião de Carvalho editam, respectivamente, Cinzas (1896) e Rosas da Minha Terra (1915). Por seu lado, o Conde de Arnoso da Casa de Pindela, do grupo dos Vencidos da Vida, publica Azulejos (1886).
As belezas paisagísticas e os miradouros (Monte do Facho, Stª Catarina, Senhor dos Aflitos), assim como, o património arquitectónico construído ao longo de séculos (castros, casas solarengas como a do Vinhal e de Pindela), as pontes românicas (Lagoncinha, S. Veríssimo, Coura e Gravateira), a memória camiliana, onde avulta a Casa de Camilo, as Igrejas românicas, capelas e cruzeiros, (por exemplo, o cruzeiro em granito em Arnoso Stª Maria do séc. XVI), são riquezas inestimáveis que dando dimensão histórica à nossa condição humana, devolvem-nos um sentimento colectivo imperecível de famalicenses e cidadãos do mundo.
No entanto, as origens de Vila Nova de Famalicão remontam mais propriamente ao reinado de D. Sancho I, segundo rei de Portugal, que detinha na zona um reguengo e elaborou, em 1205, uma carta de foral para 40 povoadores dessa terra a fim de criar raízes populacionais na zona. Todo o lucro que os 40 povoadores obtivessem naquele reguengo seriam perpetuamente deles, por direito hereditário, e poderiam vender como seu foro a quem quisessem. Nessa mesma carta foral, o rei manda a povoação que faça uma feira quinzenal, tradição que ainda se mantém semanalmente.
Alguns autores referem que a povoação de Vila Nova de Famalicão já era, no início da nacionalidade portuguesa, sede administrativa e judicial da Terra de Vermoim, da qual herdou o território. Uma lenda que pretende encontrar a origem desconhecida do nome da nossa terra, conta que a personagem Famelião, ao fixar-se aqui, no tempo dos Condes de Barcelos, terá aberto uma taberna conhecida por Venda Nova de Famelião. No entanto, ter-se-á que esperar pelo censo de 1527 para aparecer pela primeira vez a referência a Vila Nova de Famyliquam, embora em 1307 já se fale, nas chancelarias de D. Dinis, em Fhamelicam.
Sendo terra e povoação antiga, Vila Nova de Famalicão, é um concelho moderno, criado em 1835, pela carta de foral da rainha D. Maria II, a qual também lhe restituiu em 1841, o título de "Vila". Fruto da revolução liberal, e também da luta persistente, e da vontade afirmativa de autonomia das suas gentes, que, durante longas décadas, exigiram a sua desanexação de Barcelos, imposta em 1410, pondo fim a séculos de apagamento politico.
A partir de meados do século XIX, depois da refundação do concelho, e com a abertura da estrada Porto-Braga em 1851, e do caminho-de-ferro em 1875, Famalicão entra numa fase de grande desenvolvimento. Constroem-se edifícios públicos, como o Hospital da Misericórdia em 1878, e os Paços do Concelho em 1881, e erguem-se na nova estrada, então Rua Formosa, edifícios luxuosos com capitais vindos do Brasil, de que é exemplo o Palacete Barão da Trovisqueira. E nessa época que começam a instalar-se, na então vila e no concelho, fábricas e oficinas que vão mudar tornar Famalicão, pouco a pouco, centro de uma grande zona comercial e industrial. São os casos da Boa Reguladora (1892), da Tipografia Minerva (1886), e das fábricas têxteis em Riba d'Ave, a primeira das quais em 1890 do Barão da Trovisqueira, e a Sampaio Ferreira, fundada em 1896 por Narciso Ferreira.
Apesar da morte de Camilo Castelo Branco em 1890, floresce na viragem do século, em Famalicão um punhado de escritores, poetas e jornalistas que fundam jornais (Gazeta do Minho - 1882, Gazeta de Famalicão e o Minho - 1884 e Estrela do Minho - 1895), revistas (Alvorada - 1885, e Nova Alvorada - 1891), e editam livros que ainda hoje são marcos na história literária e cultural. Júlio Brandão publica o seu primeiro livro de poemas O Livro de Aglais (1892), enquanto Bernardino Machado, ensina em Coimbra, e aí produz e edita grande parte do seu pensamento pedagógico e político. Alberto Sampaio vai publicando, em revistas, as investigações históricas, realizadas na sua Casa de Boamense, que serão, após a morte, (1908), reunidas nas Vilas do Norte de Portugal, e Póvoas Marítimas. É também, por essa altura, que os poetas Manuel Dias Gonçalves Cerejeira e Sebastião de Carvalho editam, respectivamente, Cinzas (1896) e Rosas da Minha Terra (1915). Por seu lado, o Conde de Arnoso da Casa de Pindela, do grupo dos Vencidos da Vida, publica Azulejos (1886).
As belezas paisagísticas e os miradouros (Monte do Facho, Stª Catarina, Senhor dos Aflitos), assim como, o património arquitectónico construído ao longo de séculos (castros, casas solarengas como a do Vinhal e de Pindela), as pontes românicas (Lagoncinha, S. Veríssimo, Coura e Gravateira), a memória camiliana, onde avulta a Casa de Camilo, as Igrejas românicas, capelas e cruzeiros, (por exemplo, o cruzeiro em granito em Arnoso Stª Maria do séc. XVI), são riquezas inestimáveis que dando dimensão histórica à nossa condição humana, devolvem-nos um sentimento colectivo imperecível de famalicenses e cidadãos do mundo.
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