terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Personalidades Famalicenses



Bernardete Costa



Bernardete Costa nasceu em Esposende, em 1949, mas foi registada em Barcelos onde passou a residir. Nesta cidade iniciou, no ano de 1975, a sua carreira docente no então ensino Primário. Mais tarde, em 1984, estabeleceu-se em Vila Nova de Famalicão.
O seu gosto pela escrita levou-a a publicar algumas obras literárias. Assim, em 2000, saiu o seu primeiro livro de poemas A Guardadora de Ausências. A boa recepção da obra por parte da crítica, entusiasmou-a a continuar a escrever. Em 2001, publicou o seu segundo livro, também de poemas Lugares do Tempo, (prémio literário da Câmara Municipal de Barcelos). Em 2002, ainda no campo da poesia, editou "Insubmissão dos Afectos". Em 2004, brindou as crianças com poemas em Cerejas aos Molhos. Igualmente dedicado à infância escreveu o livro de contos A Sereia do Cavado.



Camilo Castelo Branco


Nasceu em Lisboa no Largo do Carmo, a 16 de Março de 1825. Foi órfão de mãe quando tinha um ano de idade e de pai aos dez, o que lhe criou um carácter de eterno insatisfeito com a vida. Depois da morte do pai, vai para Vila Real e daí par Vilarinho da Samardã, para casa de uma irmã mais velha, onde recebe uma educação de cariz clássico e provinciano com um padre.
Com apenas dezasseis anos, em 1841, Camilo casa com Joaquina Pereira de França de quem teve uma filha. O casamento precoce parece ter sido resultado de uma mera paixão juvenil, não tendo resistido muito tempo. A partir de 1848 tenta tirar o curso de Medicina, no Porto e em Coimbra, passando a levar uma vida aventurosa, repartida entre o jornalismo, os cafés, os amores instáveis, que o levam a namorar e a desprezar várias mulheres. Em 1850, tem uma crise de misticismo e entra para o seminário do Porto, que abandona dois anos mais tarde.
Em 1859, com um nome já conhecido por uma série de sucessos literários, foge com Ana Plácido (mulher do negociante Pinheiro Alves) para Lisboa, são perseguidos e depois presos por adultério em 1860. Absolvidos no ano seguinte, vão passar a viver juntos, assumindo o escritor o papel de chefe de família. Depois da morte de Pinheiro Alves, fixa residência na sua casa, em São Miguel de Ceide, onde vai decorrer a última parte da sua vida, atormentado pela desgraça dos filhos e pela progressiva cegueira, até pôr termo à sua vida com um tiro de revólver no dia 1 de Junho de 1890.
A sua biografia explica algumas das características gerais da sua obra: o espaço geográfico em que a quase totalidade das suas obrasse desenrola (Trás-os-Montes e Entre Douro e Minho), o espaço social que elas reflectem (aristocracia decadente, preconceituosa, camponeses e burgueses do Porto), alguns temas obcecantes (a orfandade, os direitos do coração face aos interesses sócias, os crimes de amor).
Entre as suas obras destacam-se: Mistérios de Lisboa (1854); Memórias do Cárcere (1861); Amor de Perdição (1863); Coração, Cabeça, Estômago (1862); A Queda de um Anjo (1866); Eusébio Macário (1879); Corja (1880); A Brasileira de Panzins (1883).


Ana Plácido

Ana Augusta Plácido nasceu no Porto em 27 de Setembro de 1831 e faleceu na freguesia de S. Miguel de Ceide, concelho de V. N. de Famalicão, a 20 de Setembro de 1895. Está sepultada no Cemitério Municipal do «Moço Morto», na cidade de Vila Nova de Famalicão.
Era uma mulher inteligente e ilustrada, fora do comum para o seu tempo. Mais conhecida pela paixão amorosa que manteve com Camilo Castelo Branco, com o qual viria a casar em 1888, a sua acção como escritora tem sido pouco focada. Actualmente, contudo, tem havido um corte com a tradição amorosa e os estudos sobre a prosa de Ana Plácido têm aparecido. Ponto alto da afirmação da escritora foram as comemorações do centenário do seu nascimento, organizadas pela Câmara Municipal de V. N. de Famalicão em 1995, com a reedição de Luz Coada por Ferros (1863) e de Herança de Lágrimas (1871).
Colaborou na Gazeta Literária do Porto, O Ateneu, O Nacional, na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil, O Futuro, O Civilizador, A Esperança. Colaboraria também no Almanaque da Livraria Internacional e no Almanaque Familiar para Portugal e Brasil.



Júlio Brandão


Escritor e poeta português, Júlio Brandão nasceu em 1869, no concelho de Vila Nova de Famalicão, e faleceu no Porto em 1947. A família fixou residência no Porto em 1874, sendo nesta cidade que Júlio Brandão desenvolveu toda a sua actividade profissional, não só como professor do ensino técnico liceal na escola Infante D. Henrique, quer ocupando o cargo de director do Museu Municipal do Porto entre 1919 a 1939.
Como escritor deixou-nos uma vasta e variada obra de publicista, poeta e ficcionista: a sua principal colaboração está no Primeiro de Janeiro, entre 1920 a 1949. Antes integra-se no grupo dos simbolistas, colaborando nas revistas portuenses Boémia, Revista de Hoje, aqui sendo director ao lado de Raúl Brandão, e em Intermezzo. Ainda com Raul Brandão, escreveu Vida de Santos (1891) e as peças de teatro A Noite de Natal (1899), só publicada em 1891, e O Maior Castigo, de 1902. Em 1892, publica o Livro de Aglais, com uma carta prefácio de Guerra Junqueiro, o qual o coloca entre os primeiros cultores portugueses do simbolismo. Foi um dos autores, ainda com Raul Brandão, do Manifesto dos Nefelibatas. Com Álvaro Castelões dirigiu, entre 1929 e1933, a Revista Internacional Soneto Neo-Latino, com sede em V. N. de Famalicão, o que evidencia os seus laços afectivos e os seus interesses culturais pela sua terra natal.
Foi Sócio Correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e Sócio Correspondente e membro da delegação no Porto da Academia Nacional de Belas Artes.
Reconhece-se na obra de Júlio Brandão uma oscilação com as escolas literárias da época: influências do simbolismo e do naturalismo, das reminiscências de Antero de Quental, da poesia de Guerra Junqueiro e do intimismo popular saudosista de António Nobre.
Editou entre outros, os seguintes títulos: Saudades (1893); O Jardim da Morte (1898); Nuvem de Oiro (1912); Cantares (1920); Farmácia Pires (1896); Maria do Céu (1902); Memórias dum Amoroso: história simples (1927); Sr. Pedro Vitorino (1939); À Cata do El Dourado (1969).


Soledade Malvar


Maria da Soledade Malvar Osório nasceu a 19 de Agosto de 1909, na Quinta da Portela, em Antas, V. N. de Famalicão. Desde criança que Soledade sonhava ser artista, chegou mesmo a ter aulas de canto, mas foi a arte das antiguidades que lhe proporcionou a sua realização pessoal e profissional.
Soledade Malvar fica na história da cidade por ter sido a criadora da loja de antiguidades Bric-à-Brac, na Avenida 25 de Abril, estabelecimento que chamava à cidade elites culturais do país. Figuras como Francisco Sá Carneiro contavam-se entre os seus clientes.
Foi a devoção à arte que lhe proporcionou ir seleccionando com paixão e com rigor uma colecção de arte riquíssima, original e diversificada, onde as jóias em ouro e em prata, as faianças e a pintura convivem em perfeita harmonia com o mobiliário dos séculos XVIII e XIX, e a arte sacra.
A ideia de doar ao povo o fruto do seu trabalho acompanhava-a muito, e a Câmara de V. N. Famalicão assumiu e honrou o compromisso de criar uma casa museu. A casa museu de Soledade Malvar foi inaugurada pelo presidente da Câmara de Famalicão, Armindo Costa, em 29 de Setembro de 2002, que para além da exposição permanente, a casa museu dispõe ainda de uma galeria para acolhimento de exposições temporárias.
Em 2002, Soledade Malvar foi galardoada com a Medalha de Mérito Municipal de Benemerência. Falece a 6 de Junho de 2008, aos 98 anos.


Barão da Trovisqueira



José Francisco da Cruz Trovisqueira, ignora-se a data do seu nascimento. Tudo permite crer que viu o dia no concelho de Vila Nova de Famalicão e que emigrou para o Brasil, onde reuniu abastados meios de fortuna. No regresso ter-se-ia instalado na terra natal onde mandou construir um palacete que era, nos meados do século XIX, a mais luxuosa vivenda da povoação. O título de barão foi-lhe concedido pelo rei D. Luís, por decreto de 14 de Janeiro de 1864, sendo uma recompensa por Trovisqueira ter acolhido no seu palacete, dois meses antes, o Monarca e a rainha D. Maria Pia.
José Trovisqueira foi Presidente da Câmara e deputado, estando também presente na administração do Concelho. Teve um importante papel no desenvolvimento industrial de Famalicão, tendo criado, em Riba de Ave, uma fábrica de cardação de lãs.
O Barão da Trovisqueira morreu em 1898.


Bernardo Pindela


Bernardo Pinheiro Correia de Melo, 1º Conde de Arnoso, mais conhecido nos meios literários como Bernardo Pindela, nasceu em Guimarães a 27 de Maio de 1855 e faleceu a 21 de Maio de 1911, na Casa de Pindela, na freguesia de Vale de S. Cosme, concelho de V. N. de Famalicão, onde se encontra sepultado. Oficial às ordens do Rei D. Luís, seguiu a carreira militar como oficial de engenharia. Foi secretário e amigo pessoal do Rei D. Carlos e pertenceu ao grupo Os Vencidos da Vida.
Amigo pessoal de Eça de Queirós, o qual prefaciou o seu primeiro livro Azulejos, e mantendo relações cordiais com Camilo Castelo Branco, Bernardo Pindela colaborou na Revista de Portugal, na Revista Moderna (1895) e em Ilustração (1889). A sua actividade literária reparte-se ente o conto, o relato de viagens e o teatro. António Feio dedicou-lhe o seu Cancioneiro Chinês.



Manuel Gonçalves


O industrial Manuel Gonçalves nasceu na freguesia de Ronfe, concelho de Guimarães, a 17 de Outubro de 1914. Tinha onze anos quando começou a trabalhar como operário têxtil e aos dezasseis, órfão de pai e mãe, herdou a incumbência de ser o guia de mais cinco irmãos, de idades inferiores à sua.
Iniciou a sua vida de industrial com teares mecânicos de tipo manual. Ainda durante a Guerra Mundial, em 1942, instalou a sua primeira fiação e, em 1950, lançou a produção de couros artificiais (tecidos plastificados). Em 1959, passou a produzir telas para pneumáticos, tendo em 1962 dado inicio ao fabrico de malhas.
Dotado de grande visão, o seu trabalho foi uma luta constante pelo progresso da indústria a que se dedicou. A preocupação de aperfeiçoar o processamento industrial, fez com que equipasse a sua empresa com as máquinas mais eficientes e modernas, de forma a poder competir em qualidade nos mercados mais exigentes.
Mas não se limitou somente ao apetrechamento de maquinarias de alta produção. Atraiu a si um grupo de colaboradores que preparou em estágios e contactos no estrangeiro, de modo a poder acompanhar a tecnologia mais desenvolvida.
O nome de Manuel Gonçalves permanecerá na têxtil nacional como o grande impulsionador da exportação para os países industrializados.
No campo filantrópico-social, a sua acção não foi menos fecunda. Considerado Benemérito em dois diplomas legais, possui inúmeros diplomas de Mérito, Honra e Benemerência atribuídos por instituições que auxiliou e galardões como a Medalha de Ouro dos Bombeiros Voluntários de Famalicão. Em 1966, o Governo concedeu-lhe a Comenda da Ordem de Mérito Industrial. Posteriormente, em 1991, foi agraciado com o Grande Oficialato da mesma Ordem.



Cupertino de Miranda


Banqueiro português, nasceu na freguesia de Santa Lucrécia do Louro, concelho de V. N. de Famalicão, e faleceu em Lisboa em 1988. Estudou no Porto, primeiro no Liceu Rodrigues de Freitas e depois no Instituto Industrial e Comercial. Dedicou sempre grande amor à cultura, revelando-se orador brilhante e apreciado jornalista financeiro, sobretudo em O Comércio do Porto e em O Primeiro de Janeiro.
Em 1918, fundou no Porto a Casa Bancária Cupertino de Miranda, que em 1942 transforma no Banco Português do Atlântico (BPA). Alguns anos depois inaugura, em Luanda, o Banco Comercial de Angola (BCA) e em Joanesburgo (África do Sul) o Bank of Lisbon and South Africa, Ltd. Realizou com êxito uma viagem ao Brasil (1934) para salvaguardar os interesses dos portugueses relativamente à dívida externa do Brasil e aos títulos de crédito. O seu nome esteve ainda ligado a grandes empreendimentos agrícolas, turísticos e vidraceiros. Em 1983, ao lado de Damião Peres, Mendes Correia e Torquato de Sousa Soares, colaborou na Monografia do Porto, com um estudo sobre a economia da cidade. Fundou, em 1910, com Nuno Simões e Veiga Pires, no Porto, o quinzenário literário A Lira. Em 1972, instituiu a Fundação Cupertino de Miranda em V. N. de Famalicão, para fins de educação, cultura e assistência. Em 1988, a Câmara Municipal de V. N. de Famalicão presta-lhe uma homenagem Nacional, na qual participou o então Presidente da República, Mário Soares.



Alberto Sampaio


Alberto Sampaio nasceu em Guimarães, a 15 de Novembro de 1841. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra em 1863. Durante o período estudantil foi redactor e colaborador de vários jornais académicos e conviveu com algumas das figuras mais notáveis da sua geração, como Antero de Quental, com quem estabeleceu uma forte relação de amizade.
A seguir à conclusão do Bacharelato, iniciou uma breve carreira de advogado m Lisboa, interrompida pela difícil adaptação à vida cosmopolita da capital. De regresso ao Minho, o seu interesse pela vitivinicultura levou-o a passar longas temporadas na Quinta de Boamense, em Vila Nova de Famalicão. Em 1869, integrou a filial de Guimarães da Associação Arqueológica de Lisboa e, em 1873, fez parte do núcleo dos fundadores da Companhia dos Banhos de Vizela. O seu nome está também ligado à fundação da Sociedade Martins Sarmento, tendo sido proclamado sócio honorário no ano de 1891.
Desempenhou com assinalável êxito as funções de director técnico da 1ª Exposição Industrial de Guimarães de 1884. Nesse ano concorreu a deputado pelo círculo de Guimarães, eleição que João Franco viria a ganhar. O único cargo público que exerceu foi o de procurador à Junta Geral do Distrito de Braga, em representação de Guimarães. Em As Vilas do Norte de Portugal e As Póvoas Marítimas revelou excepcional talento para a investigação histórica. Alguns dos seus trabalhos foram publicados nas revistas de maior prestígio literário e científico da época.
Morreu em Boamense a 1 de Dezembro de 1908.



Lino Carvalho/ José Carvalho



Os “manos Carvalho” raramente são referidos em separado, já que ambos tinham um objectivo comum: a fábrica de relógios A Boa Reguladora.
Lino Gomes Costa Carvalho, notável artista relojoeiro dos finais do século XIX, nasceu em Santiago de Mouquim, concelho de Vila Nova de Famalicão. Em 1892, conseguira a colaboração de seu irmão José Gomes Costa Carvalho, e em Abril abriram no Porto a fábrica que ficou a chamar-se A Boa Reguladora. Em 1895, os irmãos associam-se a Joaquim de Oliveira Rocha, mudando a fábrica para a freguesia de S. Julião de Calendário, em V. N. de Famalicão. Em Agosto de 1901 passou a fábrica a ser pertença apenas dos dois irmãos e o progresso da sua fábrica foi rapidíssimo, ampliando-se as instalações com secções de fabrico de madeiras para construção, serragem, moagem, produção eléctrica. Sobre a produção eléctrica deve-se mencionar a intenção dos irmãos Carvalho em dotarem Famalicão de iluminação eléctrica.
A Boa Reguladora, única fábrica de relógios no país e na Península Ibérica, constituiu um importantíssimo factor de progresso em Vila Nova de Famalicão. O valor da fábrica era tal que, em todo o país, encontram-se relógios da Reguladora, em quase todas as estações de caminhos-de-ferro portuguesas.



Paulo Marques


Paulo Manuel Guimarães Marques é um piloto português de automóveis todo-o-terreno, nascido em Vila Nova de Famalicão a 2 de Dezembro de 1962, que participou várias vezes no Rali Dakar: 10 vezes, de 1994 a 2003, em moto e desde 2004 em jipe.
Paulo Marques iniciou-se no MotoCross Regional aos 17 anos e em provas oficiais em 1983, tendo ficado em 3º lugar da Classe Promoção no Campeonato Nacional de Enduro desse ano. Desde então, com um extenso palmarés, venceu onze vezes, até 2001, o Campeonato Nacional de Enduro. Conquistou uma Medalha de Ouro, quatro de Prata e três de Bronze nos ISDE e outros sete Títulos de Todo-o-Terreno.
No seu primeiro “Dakar”, em 1994, Marques participou em Honda XR600R. No entanto, desistiu na 6ª etapa, no sul de Marrocos, quando o motor da sua moto se avariou. Em 1995, Marques disputa o Granada-Dakar, terminando em 15º lugar da geral. Em 1996, corre em KTM 660 Rally, mas abandona a prova (quando estava em 21º da geral) em consequência de uma queda em que parte um braço. Paulo Marques é o único motociclista português em 1997, no Dakar-Agadès, naquela que viria a ser a sua melhor participação de sempre num Rali Dakar: competindo em KTM 660 Rally, Marques venceu a 14ª etapa, terminou o rali no 8º lugar da geral e 1º da Classe Maratona, feito que até hoje nunca foi igualado por outro piloto português em duas rodas.
Em 1998, Paulo Marques participa no Paris-Granada, terminando várias etapas entre os dez primeiros, mas uma violenta queda provocou-lhe a desistência quando se encontrava no "top 10". No ano seguinte sofre uma queda na 5ª etapa, partindo uma omoplata e, mais uma vez, não completa a prova. Na edição de 2000, Marques chega ao Cairo na 65ª posição da geral.
Em 2001, a prova volta a disputar-se entre Paris e Dakar. Paulo Marques, conseguiu chegar a Dakar em 12ª lugar da geral e 2º da classe Maratona. Em 2002, no Arras-Madrid-Dakar, Marques conquista o 10º lugar da geral e é vencedor da classe Maratona, sendo o melhor motociclita português desse ano.
Em 2003, Paulo Marques foi o único português em moto, numa KTM 660 Rally Replica, no seu 10º “Dakar” consecutivo.
Em 2004, Paulo Marques inicia a sua série de participações no “Dakar” em automóvel, nesse ano em equipa com Bernardo Vilar, chegando em 25º lugar da geral e, em 2005, fica em 61º lugar da geral, em Toyota Land Cruiser. Ficou em 66º da geral em 2006 e em 80º em 2007, devido a muitos problemas no seu Land Cruiser.

Jorge Maia


Jorge Maia nasceu no dia 2 de Maio de 1989, em Vila Nova de Famalicão. Pertencente ao Grupo Desportivo de Natação, é um dos muitos atletas que têm contribuído para a divulgação da natação famalicense a nível nacional e internacional.
Com quinze anos, Maia torna-se Campeão Ibérico (Torneio da A.N.N.P) nos 1500m livres. Na época 2003/2004, sagra-se Campeão Nacional em piscina curta nos 200m livres, 400m livres (recorde nacional), 200m mariposa, 4×200m livres, 4×100m livres e 4×100m estilos e em piscina longa nos 200m livres, 400m livres e 1500m livres.
Na Prova Internacional Multinations 2005, bate recorde nacional dos 400m livres e fixa um novo recorde Multinations. Na mesma prova ganha medalha de prata em 200m livres e medalha de bronze em 1500m livres. Nos Campeonatos Nacionais de 2005, Jorge Maia ganha medalha de ouro em cinco provas: 100m livres, 200m livres (recorde nacional), 400m livres, 1500m livres e 200m mariposa.
No ano de 2006, Maia volta a participar na Prova Multionations, ficando no segundo lugar em 4×100m livres e em terceiro lugar em 4×200m livres. Nos Mundiais de Juniores do Rio de Janeiro posiciona-se no décimo quarto lugar nos 200m livres e nos 400m livres e no décimo oitavo lugar nos 100m livres. Nos Campeonatos Nacionais ganha medalha de ouro nos 400m livres e 4×100m estilos, medalha de prata nos 4×100m livres e medalha de bronze nos 200m livres.
Em Abril de 2007, nos Campeonatos Nacionais fica em primeiro lugar nos 200m livres e nos 4×200 livres. Nestes mesmos campeonatos, juntamente com Mário Costa, João Ferreira e Paulo Araújo, bate o recorde nacional em 4×100m estilos (3:59,58), tornando a equipa famalicense a mais rápida de sempre. No XIX Torneio Internacional Queima das Fitas, em Coimbra, fica em primeiro lugar nos 400m livres e em segundo nos 200m livres (1:51,92).
Na época 2007/2008, Jorge Maia participa na Taça Latina de San Marino, ganhando medalha de bronze nos 400m livres e ficando no sexto lugar nos 1500m livres e 200m livres. Em 2008, destaca-se a participação do nadador no Europeu de Absolutos em Eindhoven (recorde pessoal nos 200m livres - 1:51,28) e no Mundial de Seniores em Manchester.
As próximas metas a alcançar são a participação nos Campeonatos da Europa na Croácia e do Mundo de Absolutos na Itália e a obtenção dos mínimos olímpicos, de modo a participar nos Jogos de 2012.


João Araújo



Atleta do Grupo Desportivo de Natação desde 1992, João Araújo nasceu a 20 de Novembro de 1985, em Vila Nova de Famalicão. Apesar de jovem, apresenta um notável currículo.
Entre os seus diversos feitos merecem referência o título de Campeão Nacional de Juniores, Seniores e Absolutos nas provas de 200m mariposa, 100m mariposa, 200m livres, 400m livres, 800m livres, 1500m livres, 200m estilos e 400m estilos, o recorde nacional de juniores nos 200m mariposa e o recorde nacional de absolutos nos 4×100m livres.
João Araújo tem sido um digno embaixador na natação portuguesa em competições internacionais: nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004) posiciona-se no décimo quarto lugar nos 4×200m livres; foi décimo nono em 200m mariposa nos Mundiais de Piscina Longa em Montreal (2005); nos Mundiais de Piscina Curta de Xangai (2006) fica em décimo lugar nos 100m mariposa e em décimo sexto lugar nos 200m mariposa; no Meeting Internacional do Porto sagra-se campeão nos 200m mariposa. Destaca-se também a sua participação nos Campeonatos da Europa de Madrid e na Taça do Mundo de Belo Horizonte.
A consolidação de Famalicão na primeira divisão do Campeonato Nacional é um dos objectivos de João Araújo para a época 2008/2009.


Rosa Oliveira



Rosa Maria dos Santos Matos de Oliveira nasceu em Joane, freguesia de V. N. de Famalicão, no dia 25 de Julho de 1966. Atleta da Associação Moinho de Vermoim (AMVE), foi Campeã Nacional de corta-mato em 1985 e Campeã da Europa sete anos consecutivos. Entre as recentes vitórias importa destacar o primeiro lugar no XXIX Grande Prémio de Atletismo da Silva e no 15º Grande Prémio de Atletismo de Tregosa e o segundo lugar da geral no XII Grande Prémio de Atletismo de Monte Córdova, constituído por quatro provas e no qual a atleta conseguiu três pódios (dois segundos lugar e um primeiro lugar). Em Novembro de 2008, Rosa Oliveira ganhou medalha de prata em Escalão Sénior Feminino no corta-mato de Guimarães.
Rosa Oliveira tem sido excelente na divulgação do desporto famalicense e da Associação Moinho de Vermoim.


D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga



Nasceu em 1944, na freguesia de Brufe, em Vila Nova de Famalicão. Entrou no Seminário de Nossa Senhora da Conceição em Outubro de 1955, passando, em 1960, para o de S. Tiago e, em 1963, para o Conciliar, no qual concluiu o Curso em 1967. Ordenou-se no dia 9 de Julho de 1967, na Igreja Paroquial de Lousado e teve a sua Missa Nova no dia 16 de Julho na sua terra natal. Foi nomeado coadjutor da paróquia de S. Vítor, em Braga, e frequentou a Faculdade de História Eclesiástica da Universidade Gregoriana. Entre 1970 e 1971, frequentou em Grottaferrata (Roma) um curso de espiritualidade sacerdotal. Na Secretaria Arquiepiscopal, em Braga, manteve-se até Setembro de 1973, passando, depois, a leccionar no Seminário Maior (hoje Faculdade de Teologia de Braga), as cadeiras de Introdução aos Estudos Históricos, História das Religiões e História da Igreja. Foi, ainda nesse ano, reitor da Igreja dos Congregados e Capelão da Irmandade de Nossa Senhora das Dores e Santa Ana.
Foi nomeado Vigário Episcopal para o Clero em 1981, vindo a ser reconfirmado, no mesmo cargo, em 1985, ano em que ainda foi nomeado membro do Cabido. Fez parte do Concelho Presbiteral e do Concelho Permanente.
Em 1987, foi nomeado, pelo Papa João Paulo II, Bispo Titular de Novabarbara e Bispo Auxiliar de Braga. Foi ordenado Bispo em 1988.
É Presidente do Instituto de História e Arte Cristã, do Concelho de Administração do Interior Diocesano de Apoio ao Clero, do Secretariado-geral do Senado Diocesano, e coordenador do Secretário Diocesano de Pastoral. Na Conferência Episcopal Portuguesa pertenceu à Comissão Episcopal da Educação Cristã e, actualmente, pertence à Comissão Episcopal do Clero, Seminários e Vocações.



D. Manuel Gonçalves Cerejeira


Natural da freguesia da Santa Marinha de Lousado, no concelho de Vila Nova de Famalicão, onde nasceu a 29 de Novembro de 1888, foi uma das mais distintas figuras da Igreja em Portugal. Frequentou os liceus de Guimarães e do Porto e escolheu a carreira de sacerdócio, para o que se inscreveu no Seminário Conciliar de Braga (1906-1909). Matriculou-se na Faculdade de Teologia de Coimbra, onde se licenciou em 1912, ao mesmo tempo que fazia a licenciatura em Ciências Histórico-Geográficas na Faculdade de Letras. Graduado em 1916, dois anos depois obtinha o grau de Doutor. Até 1928 foi professor na mesma Faculdade, enquanto exercia também o apostolado no Centro Académico de Democracia Cristã (CADC).
No ano de 1928, viu-se elevado a arcebispo de Mitilene, com as funções de Vigário do Patriarcado e, em 1929, foi escolhido para Patriarca de Lisboa, com o título de Cardeal. A criação de seminários para a descoberta de vocações, a criação da Acção Católica, as medidas tomadas no foro do ensino e da assistência marcaram a actividade do Cardeal Cerejeira.
Ficou a dever-se-lhe a assinatura, em 1940, de dois documentos fundamentais nas relações entre a Santa Sé e o Estado Português: a Concordata e o Acordo Missionário. Pelo seu grande prestígio, representou o Papado em missões, que cumpriu em África e no Brasil, como Legado Apostólico. Escreveu uma série de livros como A Igreja e o Pensamento Contemporâneo (1925) e Vinte Anos de Coimbra (1943).
O Cardeal Dom Manuel Gonçalves Cerejeira renunciou à Sé de Lisboa em 1971 e, instalou-se na Buraca, onde deixou a vida a 1 de Agosto de 1977.


Armando Bacelar


Nasceu no lugar de Santo Adrião, da freguesia e concelho de Vila Nova de Famalicão. Armando Bacelar frequentou o liceu da Póvoa de Varzim e o de Braga, aqui fundando e dirigindo o jornal a Alma Nova.
Matriculou-se em Direito em Coimbra (1937), desenvolvendo não só os seus estudos, como também uma intensa actividade política e cultural, que em anos futuros lhe traria imensos dissabores. Pertenceu ao Movimento de Unidade Nacional Anti-Fascista (M.U.N.A.F.) e, em Braga, chegou a formar um Campo Anti-Fascista de Combate. Em 1945, integrou-se no Movimento de Unidade Democrática, presidindo à Comissão Concelhia de V. N. de Famalicão. Foi preso em Abril de 1947 pela P.I.D.E. devido a uma manifestação organizada pelo M.U.D. de Famalicão perante o Monumento aos Mortos da I Guerra Mundial. Foi candidato pelo Porto da Oposição Democrática à Assembleia da Republica em três eleições legislativas (1962,1965 e 1969). Aderiu ao Movimento Nacional Democrático e foi preso por crimes políticos várias vezes. Foi um dos fundadores do Partido Socialista, sendo um dos redactores da declaração de princípios e do programa. Depois do 25 de Abril de 1974 foi Secretário de Estado da Justiça e Ministro dos Assuntos Sociais, participando em todos os Governos Provisórios, exceptuando o quinto. Foi deputado à Assembleia Constituinte e das Legislativas, entre 1975 até 1980.
Como advogado, com banca a cidade de Famalicão durante muitos anos, Armando Bacelar colocou a toga ao serviço dos presos políticos, enfrentando com coragem os juízes dos Tribunais Plenários. Colaborou com vários semanários como o Estrela do Minho e o Noticias de Famalicão. Dedicou-se também à poesia tendo sido alguns dos seus poemas publicados em jornais.

Lino Lima


Lino de Carvalho nasceu no dia 21 de Fevereiro de 1917 na freguesia de Campanhã, no Porto. Veio cedo para Famalicão e aqui fez a sua instrução primária. Cursou Direito na Universidade de Coimbra onde se licenciou em 1941, tendo exercido advocacia em Famalicão até Agosto de 1975.
Distinguiu-se, desde os tempos de estudante, como um lutador pela liberdade, tendo sido apelidado de coerente e corajoso, para além de ter sido também um analista político clarividente. Na resistência ao fascismo liderou os «democratas de Braga». Preso várias vezes pela PIDE jamais desistiu de combater a ditadura do Estado Novo.
Foi candidato pelas listas da C.D.E. de Braga às eleições legislativas de 1969, redigindo e participando em alguns documentos fundamentais da campanha. Entre outros documentos políticos de que foi relator destacam-se a Política Económica de Salazar, que escreveu em 1947; em 1957, Manifesto Eleitoral e o notável documento Aos Portugueses, em Janeiro de 1959, o qual foi enviado a Salazar e subscrito por centena e meia de democratas, apelando ao seu abandono voluntário do poder.
Pertenceu ao M.U.D. e às candidaturas presidenciais de Norton de Matos, Rui Luís Gomes e de Humberto Delgado. Após o 25 de Abril fez parte da Comissão designada pelo 1º Governo Provisório para a elaboração da Lei de Recenseamento e da Lei para a Assembleia Constituinte, de acordo com o programa do M.F.A.
Eleito deputado em 1976, integrou a bancada comunista a Assembleia da Republica até 1985. Foi eleito pela Assembleia como seu representante para o Concelho Superior de Magistratura, ao qual pertenceu durante cerca de dez anos.
Em 1996 é condecorado pelo Presidente da Republica, Jorge Sampaio, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante, já depois de ter sido distinguido pela Câmara Municipal de V. N. de Famalicão com a medalha de ouro do Município.

Nuno Simões



Advogado, político e publicista, Nuno Simões nasceu a 30 de Janeiro de 1894 em Calendário, freguesia de Vila Nova de Famalicão e faleceu em Lisboa a 27 de Julho de 1975. Em 1913, concluiu o curso de Direito na Universidade de Coimbra, passando a exercer o cargo de Governador Civil de Vila Real em 1915. Foi Secretário-geral do Supremo Tribunal Administrativo entre 1917 a 1935. Sobraçou a pasta de Comércio e de Comunicações em 1921, 1924 e 1925. Foi um democrata republicano até ao fim da vida. Deixou o seu nome associado a várias instituições de solidariedade social, as quais ajudou a criar.
Foi condecorado, em 1968, pela Presidência da Republica com a Ordem de Benemerência, e no mesmo ano a Câmara Municipal de V. N. de Famalicão entrega-lhe o colar de reconhecimento. No mesmo ano, o Presidente da Republica do Brasil condecora-o como Grande Oficial da Ordem do Rio Branco e, em 1990, o Presidente da Republica de Portugal, Mário Soares, confere-lhe a título póstumo, o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique.
Como publicista, a sua colaboração na imprensa é vasta, especialmente no jornal portuense O Primeiro de Janeiro a partir de 1911, no Jornal do Comércio, na Republica e em vários jornais brasileiros, nomeadamente no Jornal de Letras, do Rio de Janeiro. Fundou, dirigiu e colaborou em A Pátria e foi director gerente da revista Atlântida.
Na primeira fase, o seu pensamento é de cariz económico e social; numa segunda fase, orienta-se para o atlantismo, marcado pelas relações culturais luso-brasileiras. A sua biblioteca doada em vida ao município, reflecte bem estas suas preocupações.


Bernardino Machado


Bernardino Luís Machado Guimarães, filho de António Luís Machado Guimarães, 1º Barão de Joane, e de Praxedes de Sousa Ribeiro de Guimarães, nasceu a 28 de Março de 1851, no Rio de Janeiro, para onde o seu pai tinha emigrado. Em 1860, a família, recém-chegada de terras brasileiras, instala-se na Casa da Torre de Cima, propriedade dos avôs paternos de Bernardino Machado, transferindo-se mais tarde para um palacete no centro da vila, actualmente ocupado por instalações bancárias. Em 1872, quando o jovem universitário atinge a maioridade, declara na Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão a sua opção pela nacionalidade portuguesa, tornando-se a partir dessa altura famalicense por vontade própria. Casou-se no ano de 1882, com Elzira Dantas, com quem constituiu uma prole de numerosa de 19 filhos.
Bernardino Machado formou-se em Matemática e Filosofia na Universidade de Coimbra. Entre os 24 e os 26 anos obtém, sucessivamente, os graus de licenciado, doutor e professor substituto da Faculdade de Filosofia, e aos 28 anos é nomeado professor catedrático. Os princípios em que assenta a obra de Machado no domínio da pedagogia, podem resumir-se a um modelo educativo capaz de ultrapassar os constrangimentos de classe, de género ou de nível etários. No Ensino Superior criou a cadeira de Antropologia, Paleontologia Humana e Arqueologia Pré-Histórica, assim como uma Museu de História Natural na Universidade de Coimbra (1885). No Ensino Profissional colaborou com João Franco no Plano de Reforma do Ensino Profissional (1891) e, enquanto Ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria, procedeu à descentralização do Ensino Industrial e à remo
delação do Ensino Agrícola. No Ensino Feminino enfrentou a mentalidade retrógrada da época, tendo sido um acérrimo defensor da igualdade de oportunidades no acesso a todos os graus do Ensino Público.
A seguir à proclamação da Republica, Bernardino Machado exerceu o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros no Governo Provisório e, em 1911, foi eleito senador pelos seus pares da Assembleia Nacional Constituinte. No ano seguinte foi nomeado ministro de Portugal no Rio de Janeiro, tendo desenvolvido uma notável política de cordialidade e intercâmbio cultural entre os dois países. De regresso do Brasil, assumiu, em 1914, a presidência de dois governos sucessivos a convite do então Presidente da República, Manuel de Arriaga. Em Agosto de 1915, Bernardino Machado era eleito Presidente da República, cargo que desempenhou até à revolução sidonista, em 1917. A sua recusa em resignar ao cargo, conduziu a que tivesse sido destituído pela Junta Revolucionária e obrigado a exilar-se em Espanha e França. O regresso a Portugal dois anos depois, implicou uma nova etapa na carreira do público. Pela segunda vez iria percorrer os cargos de senador (1919), chefe de governo (1921) e Presidente da República (1925) até renunciar, de livre vontade, ao seu segundo mandato.
Em Março de 1927, depois das primeiras revoltas militares contra a ditadura instaurada a seguir à revolta de 28 de Maio de 1926, Bernardino Machado parte para Vigo, dando início ao seu segundo exílio. Passa treze anos amargurado, ora em Espanha, ora em França. No exílio, o estadista representa a tentativa de unidade na oposição à ditadura. A assistência aos emigrados republicanos; a acção junto dos governos democráticos em protesto contra o reconhecimento oficial do regime ditatorial em Portugal; os muitos manifestos que escreve denunciando as arbitrariedades cometidas por Salazar, são algumas das acções de maior alcance político. As retaliações por parte do Estado Novo não se fizeram esperar: perseguição e prisão politica de diversos membros da sua família.
Em Maio de 1940, Bernardino Machado e outros exilados políticos, abrangidos pela amnistia de Salazar, retornam a Portugal. Bernardino Machado morreu no Porto, em Abril de 1944, com 93 anos lúcidos e corajosos.


Vasco Moreira

Vasco da Costa Moreira nasceu em Cabeçudos, freguesia de Vila Nova de Famalicão, no dia 13 de Janeiro de 1950. Licenciado em Humanidades e Filosofia e Mestre em Educação, na especialidade de Supervisão Pedagógica, é, desde 1986, Professor na Escola Secundária D. Sancho I, na sua cidade natal.
Professor no activo desde 1974, apresenta um notável percurso profissional: é supervisor do estágio integrado de Português da Universidade do Minho (1900 a 2008); Presidente do Conselho Geral Transitório; Supervisor do GAVE de Classificação das Provas de Exame do Ensino Secundário; formador o âmbito do programa FOCO; Presidente da Assembleia de Escola na Escola Secundária D. Sancho I (1998-2008).
Entre 1972 e 1974, em serviço militar na Guiné, trabalha como Oficial encarregado de sector na Secção de Informação Externa do Quartel-General do Comandante-Chefe das Forças Armadas e, em Tavira, foi comandante de pelotões de Informações, Operações e Reconhecimento (IOR). Nos anos de 1993 a 1997, é Presidente da Assembleia e Freguesia de Antas.
Vasco Moreira tem um vasto número de obras publicadas, sobretudo Manuais Escolares (dos quais se destaca o Manual de Literatura para o Ensino Secundário de Angola – 12º Ano), livros de apoio para o Ensino Secundário e acesso ao Ensino Superior, CD-Rom e outros materiais em suporte digital da Língua e Literatura Portuguesas. Colaborou também em diversos jornais regionais (Jornal Cidade Hoje e Vila Nova, ambos de Vila Nova de Famalicão) e revistas escolares (Sancho Noticias da Escola Secundária D. Sancho I).
No âmbito das TIC, participou na I e na II Conferência Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação e foi orientador de um workshop na Escola Garcia da Horta, no Porto, em 2001, sobre A Escola como ambiente inteligente, potenciada pelas novas tecnologias.
Ao longo da sua carreira, tem promovido várias actividades culturais, tendo sido organizador e coordenador das Semanas Culturais em Vila Real de Santo António (1983 e 1984) e das Comemorações dos 50 nos da Escola Secundária D. Sancho I (2007) e júri de selecção dos poemas que constituem a Antologia Jovens Poetas do Baixo Minho.
Nos seus tempos livres, Vasco Moreira dedica-se à Poesia, leitura e pesquisa sobre vários temas, ao Cinema e aos passeios e viagens.
Para além de continuar a dar aulas e contribuir para o sucesso e qualidade da Escola, entre os seus projectos futuros evidencia-se a publicação de livros escolares e, talvez, de algum romance.

Ivo Machado



Ivo Machado, Professor na Escola Secundária D. Sancho I, nasceu no dia 25 de Abril de 1948 na cidade do Porto.
O seu percurso académico inicia-se nas Artes, mas a manifesta falta de talento fá-lo a optar pela Contabilidade e Administração. Na actividade bancária, a sua pouca sensibilidade financeira leva a que seja despedido, acabando por se tornar professor em 1975. Ao longo da sua carreira como professor leccionou diversas disciplinas desde a Matemática, passando pela Geografia e acabando na Contabilidade. No ensino, o que mais o tem marcado é o facto de “contribuir para o crescimento pessoal e profissional de muitas centenas de jovens”.
Em consolidação com o ensino, Ivo Machado tem-se envolvido em diversos projectos musicais como, por exemplo, Três Variações de um Sonho, O Búzio de Cós e A Margem, o que denota o seu prazer pela poesia, leitura e pela própria arte que é a música. Nos seus tempos livres, tem como principais passatempos fotografar, passear pelas ruas da sua cidade e “fazer nada”.
Em relação a projectos futuros, Ivo refere: “Fernando Pessoa dizia Aconteceu-me um poema. Se calhar o meu projecto para o futuro será do tipo: ACONTECEU."

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Os Nossos Museus

Museu da Indústria Têxtil do Vale do Ave

O Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave foi fundado em 1987 como um projecto de investigação em arqueologia industrial, com o objectivo de estudar o processo de industrialização desta região e contribuir para a preservação do seu património industrial.
O Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave, além de apresentar uma síntese da evolução histórica da industrialização desta região, expõe uma fascinante colecção de máquinas têxteis históricas em funcionamento.
A 14 de Março de 1988, numa reunião da Câmara Municipal de V. N. de Famalicão, foi aprovada por unanimidade a constituição do primeiro núcleo do Museu da Industria Têxtil da Bacia do Ave. No entanto, só em Fevereiro de 1998 é que o museu foi instalado num armazém da antiga Fábrica Lanifícia do Outeiro LDA que se situa na freguesia de Calendário.
O Museu desenvolve diversas actividades, tais como visitas guiadas, edição regular de publicações (catálogos de exposições, um boletim informativo, a revista Arqueologia Industrial, publicada desde 1987 e actualmente a única revista científica que se publica em Portugal), exposições, conservação e restauro de equipamentos e maquinaria de interesse arqueológico-industrial, recolha e conservação de documentação histórica, seminários, conferências e cursos sobre património industrial, dispondo ainda de um serviço educativo, de um centro de documentação, biblioteca especializada, de uma loja para venda publicações, etc.
Elementos da equipa do Museu efectuam demonstrações do trabalho com estas máquinas, mostrando a evolução das técnicas de fiação, tecelagem, entre outras, ao longo dos tempos.
MORADA: Rua José Casimiro da Silva, Calendário 4760-355, Vila Nova de Famalicão
TELEFONE: 252 313986
E-MAIL:
geral@museudaindustriatextil.org
SITE: www.museudaindustriatextil.org
HORÁRIO: Terça a Sexta das 10h00 às 17h30 e Sábado e Domingo das 14h30 às 17h30
INGRESSO:
Entrada Livre



Museu dos Caminhos de Ferro

O Museu dos Caminho-de-Ferro de Lousado ocupa a totalidade do original complexo oficinal da Companhia dos Caminhos-de-ferro de Guimarães (1883/1927). Trata-se de um projecto alternativo à antiga Secção Museológica, aberta ao público em 1979, por iniciativa de Armando Ginestal Machado – a quem a dinâmica da museologia ferroviária muito deve – e demolida por imposição das recentes obras de modernização e electrificação das linhas do Minho e Guimarães. O projecto de arquitectura e restauro respeitou as tipologias, as funções e os materiais construtivos dos edifícios, hoje com lugar de destaque no âmbito da arqueologia industrial.
A exposição do material circulante, organizada cronologicamente, tem por objectivo mostrar comboios de diversos tipos. O material construído entre 1875 e 1965 é oriundo de oito companhias e foi adquirido em seis países a quinze construtores.
MORADA: Largo da Estação – Lousado, 4760-623 Vila Nova de Famalicão
TELEFONE: 252 153606
SITE:
http://www.cp.pt/cp
HORÁRIO: Domingo a Sexta das 14h00 às 17h00
INGRESSO: Adultos – 1,35 €; Estudantes, Cartão Jovem e reformados – 0,50 €; Escolas, crianças até 12 anos e ferroviários: grátis.




Museu Bernardino Machado


A ideia de criar um museu municipal em homenagem a Bernardino Machado – duas vezes Presidente da República Portuguesa (1915/1917 e 1925/1926) e personalidade central nos grandes acontecimentos sociais, políticos, ideológicos e económicos da sociedade portuguesa e mundial da segunda metade do século XIX e da primeira metade do século XX –, nasceu pela primeira vez em 1983.
Em 1995, a Mostra Nacional Bernardino Machado resulta numa consciencialização de que a existência de grande espólio justificava a criação de um museu inteiramente dedicado a esta personalidade.
É decidido também que este será instalado no Palacete Barão de Trovisqueira, edifício do século XIX que a Câmara Municipal adquiriu em 1988 e que está situado na Rua Adriano Pinto Basto, em pleno centro da cidade. Ainda em 1995 surge o Programa Museológico e com ele uma vasta actividade: organização, inventariação, catalogação do acervo depositado em arquivo; exposições temporárias; colóquios e seminários; edição de materiais didáctico-pedagógicos.
O Museu Bernardino Machado, que integra a Rede Portuguesa de Museus do Ministério da Cultura, abriu as suas portas ao público, com a exposição permanente, em 15 de Dezembro de 2001, já com um vasto leque de actividades.
A colecção de âmbito temático é constituída pelos seguintes núcleos: fundo documental (diplomas, cartas, fotografias, etc.), monografias, quadros, vestuário, mobiliário, objectos pessoais, artes decorativas, entre outros, do período entre 1835 e 1944
MORADA: Rua Adriano Pinto Basto, 79, 4760-114 Vila Nova de Famalicão
TELEFONE: 252 377733
E-MAIL:
bernardinomachado@vilanovadefamalicao.org
SITE: www.bernardinomachado.org
HORÁRIO: Terça a sexta-feira das 10h00 ás 17h30 e Sábados e Domingos das 14h30 ás 17h30.
INGRESSO: Entrada livre




Museu da Guerra Colonial


A história do Museu da Guerra Colonial começou a desenhar-se durante o ano lectivo de 1989/90, quando trinta alunos oriundos de várias freguesias dos concelhos de Vila Nova de Famalicão, Barcelos e Braga participaram num projecto a que chamaram "Guerra Colonial, uma história por contar".
Através da metodologia da história contada oralmente, os alunos recolheram o espólio dos combatentes das suas áreas de residência. Surgiram então vários documentos como processos de morte e de ferido, correspondência, diários de companhia, diários pessoais, diários de acção social e psicológica, relatos e processos confidenciais, objectos de arte, fotografias, objectos religiosos, fardamento e armamento, enfim um manancial de fontes que permitiu, entre outras coisas, organizar uma exposição e nela reconstruir o itinerário do combatente português na guerra colonial.
Em 1992, iniciou-se um trabalho de colaboração com a Delegação da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA) de Vila Nova de Famalicão, em que foram efectuados novos estudos regionais com base nos arquivos e membros desta instituição, bem como foi ampliada a exposição com a integração de novos estudos e materiais. Como resultado desta colaboração, a exposição percorreu vários eventos culturais e várias localidades.
Finalmente, em Maio de 1998, foi celebrado um protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Delegação da ADFA de Famalicão e Externato D. Henrique de Ruilhe de Braga, que serviu de acto solene e formal para a criação do Museu da Guerra Colonial.
O Museu rege-se pela recolha, preservação e divulgação de fontes e estudos, reformulação técnica da exposição permanente, constituição de um centro documental e o alargamento de novos estudos na região.
MORADA: Centro Coordenador de Transportes, Sala 1, Rua Henriques Nogueira, 4760-038 Vila Nova de Famalicão
TELEFONE: 252 322848 e 252 376323
E-MAIL:
info@adfa-famalicao.rcts.pt
SITE:
http://www.adfa-portugal.com/
HORÁRIO: Segunda a Sexta-Feira 09h30-12h00 e 14h00-19h00; Sábados, com marcação prévia.
INGRESSO: Entrada Livre



Museu de Cerâmica da Fundação Castro Alves

Este centro, criado em 1979, tem por finalidade a educação e cultura dos jovens do meio local. Nele funcionam a Escola de Música e Declamação, a Escola de Cerâmica e, a partir de 2000, um Centro de Formação Profissional. É uma escola livre e gratuita. Para que todos tenham as mesmas oportunidades. No Museu, podemos apreciar peças de rara beleza, criadas exclusivamente pelos alunos da escola.
MORADA: Rua Comendador Castro Alves, 4765-053 Bairro
TELEFONE: 252 931 053 (marcações)
E-MAIL:
fundacao@fundacao-castro-alves.org
SITE: www.fundacao-castro-alves.org
HORÁRIO: Segunda a Sexta 10H00 - 12H00 e 14H00 – 17H00
INGRESSO: Público geral: 2€; Crianças e estudantes: 1€




Museu de Arte Sacra

Numa colina sobranceira à cidade de Vila Nova de Famalicão, lado Norte, encontra-se a Capela da Lapa que foi construída nos anos 70 do século XVI. Local privilegiado, enriquecido pelas memórias do passado, a capela foi transformada em museu dedicado à arte sacra, em 2001.
O Museu da Arte Sacra contém no seu interior valias que estiveram ligadas à religião Católica, peças devocionais, peças decorativas e funcionais, para além de um arquivo histórico do Arciprestado de Vila Nova de Famalicão. Entre as peças mais valiosas encontram-se um retábulo formado por talha dourada, uma imagem de Nossa Senhora da Lapa, em madeira de meados do século XVIII, a custódia de Famalicão, do séc. XVII, em metal dourado, entre outras.
MORADA: Capela da Lapa, Largo Tinoco de Sousa, 4760-108 Vila Nova de Famalicão
TELEFONE: 252 314279
HORÁRIO: Sábados (14h00 - 17h00). Restantes dias da semana por marcação.
INGRESSO:
Entrada Livre



Fundação Cupertino de Miranda

A Fundação Cupertino de Miranda, com sede em Vila Nova de Famalicão, foi instituída por iniciativa de Arthur Cupertino de Miranda (1892-1988) e sua esposa, D. Elzira Celeste Maya de Sá Cupertino de Miranda, que à mesma doaram bens pessoais. Inaugurada em 1972, é uma instituição particular de solidariedade social, reconhecida de utilidade pública e sem quaisquer fins lucrativos, que prossegue objectivos de carácter cultural e social. Foi dotada de um museu, de uma biblioteca e de um auditório, de forma a desenvolver actividades de promoção e divulgação de iniciativas culturais nas diferentes áreas de expressão.
O Museu da Fundação situa-se ao longo da torre, revestida com painéis da autoria de Charters de Almeida, desde o 2.º até ao 7.º andar, e está disposto em espiral para aproveitamento de espaços e fácil subida. Em 2003 aderiu à Rede Portuguesa de Museus.
O Museu, que tem vindo a apresentar sistematicamente a sua exposição permanente e exposições temporárias, assume hoje uma identidade própria, importante para o concelho e para o país.
MORADA: Praça D. Maria II, 4760-111 Vila Nova de Famalicão
TELEFONE: 252 301650
E-MAIL: geral@fcm.org.pt
SITE: http://www.fcm.org.pt/
INGRESSO:
Entrada Livre






Casa-Museu Soledade Malvar

A Casa-Museu Soledade Malvar é resultado da doação à Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão da colecção de arte de Maria da Soledade Malvar.
A Casa-Museu foi inaugurada no dia das comemorações das Jornadas Europeias do Património, a 29 de Setembro de 2002. O edifício, que anteriormente foi residência de Maria da Soledade e albergou a sua loja de antiguidades Bric-à-Brac, sofreu obras de readaptação às suas novas funções. Procurou-se, no entanto, respeitar a traça original, de forma a permitir que a exposição permanente se enquadre ao máximo no ambiente familiar da época.
Nos andares superiores, o museu expõe um conjunto jóias em ouro e em prata, faianças, quadros, mobiliário e arte sacra. No andar inferior, apresenta uma galeria para exposições temporárias.
MORADA: Avenida 25 de Abril, 104, 4760-101 Vila Nova de Famalicão
TELEFONE: 252 318091
E-MAIL:
soledademalvar@vilanovadefamalicao.org
HORÁRIO: Terça a sexta-feira (10h00 - 13h00 e 14h00 - 17h30); Primeiro fim-de-semana de cada mês (14h30 - 17h30).
INGRESSO:
Entrada Livre



Casa-Museu Camilo Castelo Branco

A Casa-Museu de Camilo foi construída nos inícios do séc. XIX por Manuel Pinheiro Alves, um brasileiro de torna viagem. Depois da sua morte em 1863, Camilo Castelo Branco veio instalar-se na mansão de Ceide com Ana Plácido. Aí escreveu a maioria das suas obras e aí se suicidou a 1 de Junho de 1890.
A casa sofreu um incêndio em 1915, tendo sido reconstruída em 1922 para abrir ao público como "Museu Camiliano".
No final da década de 40 procedeu-se à restituição da casa à traça original, tendo sido inaugurada como "Casa-Museu de Camilo" pelo Prof. Marcelo Caetano, em 1958.
A Casa-Museu dá a conhecer mobiliário que pertenceu a Camilo Castelo Branco e à família nuclear; utensílios de uso pessoal; mais de 3500 volumes de bibliografia activa (constituída por edições de originais, de prefácios e de traduções) e de bibliografia passiva; 787 obras pertencentes à biblioteca particular do escritor; cartas, de e para Camilo; recortes de imprensa de teor camiliano; uma centena de exemplares periódicos em que Camilo colaborou ou foi director; e aproximadamente 1000 peças de iconografia diversa: escultura, pintura, entre outros.
Entretanto, a Casa-Museu – que integra a Rede Portuguesa de Museus do Ministério da Cultura – foi valorizada com a construção do Centro de Estudos Camilianos, mediante um projecto do arquitecto Siza Vieira. Construído em frente à Casa-Museu de Camilo, o Centro de Estudos Camilianos, que foi inaugurado a 1 de Junho de 2005. O novo equipamento contempla diversas valências, entre as quais um auditório com 138 lugares, um átrio polivalente, uma biblioteca camiliana, uma sala de exposições, depósitos para o acervo camiliano, gabinetes de trabalho e uma cafetaria com esplanada.
MORADA: Avenida de S. Miguel, 4770-631 Ceide S. Miguel – Vila Nova de Famalicão HORÁRIO: Terça a sexta-feira (10h00 - 17h30); Sábados e Domingos (10h30 - 12h30 e 14h30 - 17h30); Encerra à segunda-feira e nos feriados.
TELEFONE: 252 327186
E-MAIL:
camilocastelobranco@vilanovadefamalicao.org
INGRESSO: 1,18 €

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Famalicão ao longo do tempo

Os vestígios históricos sobre a origem do povoamento de Famalicão, levam-nos á Idade do Ferro, mais propriamente a vestígios arqueológicos de castros dispersos por todo o concelho. O Castro do Monte das Ermidas, talvez fundado no século IV a.C., o Castro de São Miguel-o-Anjo ou ainda o Castro de Eiras, são alguns dos vestígios arqueológicos de remotos povoamentos que o concelho dispõe.
No entanto, as origens de Vila Nova de Famalicão remontam mais propriamente ao reinado de D. Sancho I, segundo rei de Portugal, que detinha na zona um reguengo e elaborou, em 1205, uma carta de foral para 40 povoadores dessa terra a fim de criar raízes populacionais na zona. Todo o lucro que os 40 povoadores obtivessem naquele reguengo seriam perpetuamente deles, por direito hereditário, e poderiam vender como seu foro a quem quisessem. Nessa mesma carta foral, o rei manda a povoação que faça uma feira quinzenal, tradição que ainda se mantém semanalmente.

Alguns autores referem que a povoação de Vila Nova de Famalicão já era, no início da nacionalidade portuguesa, sede administrativa e judicial da Terra de Vermoim, da qual herdou o território. Uma lenda que pretende encontrar a origem desconhecida do nome da nossa terra, conta que a personagem Famelião, ao fixar-se aqui, no tempo dos Condes de Barcelos, terá aberto uma taberna conhecida por Venda Nova de Famelião. No entanto, ter-se-á que esperar pelo censo de 1527 para aparecer pela primeira vez a referência a Vila Nova de Famyliquam, embora em 1307 já se fale, nas chancelarias de D. Dinis, em Fhamelicam.
Sendo terra e povoação antiga, Vila Nova de Famalicão, é um concelho moderno, criado em 1835, pela carta de foral da rainha D. Maria II, a qual também lhe restituiu em 1841, o título de "Vila". Fruto da revolução liberal, e também da luta persistente, e da vontade afirmativa de autonomia das suas gentes, que, durante longas décadas, exigiram a sua desanexação de Barcelos, imposta em 1410, pondo fim a séculos de apagamento politico.
A partir de meados do século XIX, depois da refundação do concelho, e com a abertura da estrada Porto-Braga em 1851, e do caminho-de-ferro em 1875, Famalicão entra numa fase de grande desenvolvimento. Constroem-se edifícios públicos, como o Hospital da Misericórdia em 1878, e os Paços do Concelho em 1881, e erguem-se na nova estrada, então Rua Formosa, edifícios luxuosos com capitais vindos do Brasil, de que é exemplo o Palacete Barão da Trovisqueira. E nessa época que começam a instalar-se, na então vila e no concelho, fábricas e oficinas que vão mudar tornar Famalicão, pouco a pouco, centro de uma grande zona comercial e industrial. São os casos da Boa Reguladora (1892), da Tipografia Minerva (1886), e das fábricas têxteis em Riba d'Ave, a primeira das quais em 1890 do Barão da Trovisqueira, e a Sampaio Ferreira, fundada em 1896 por Narciso Ferreira.
Apesar da morte de Camilo Castelo Branco em 1890, floresce na viragem do século, em Famalicão um punhado de escritores, poetas e jornalistas que fundam jornais (Gazeta do Minho - 1882, Gazeta de Famalicão e o Minho - 1884 e Estrela do Minho - 1895), revistas (Alvorada - 1885, e Nova Alvorada - 1891), e editam livros que ainda hoje são marcos na história literária e cultural. Júlio Brandão publica o seu primeiro livro de poemas O Livro de Aglais (1892), enquanto Bernardino Machado, ensina em Coimbra, e aí produz e edita grande parte do seu pensamento pedagógico e político. Alberto Sampaio vai publicando, em revistas, as investigações históricas, realizadas na sua Casa de Boamense, que serão, após a morte, (1908), reunidas nas Vilas do Norte de Portugal, e Póvoas Marítimas. É também, por essa altura, que os poetas Manuel Dias Gonçalves Cerejeira e Sebastião de Carvalho editam, respectivamente, Cinzas (1896) e Rosas da Minha Terra (1915). Por seu lado, o Conde de Arnoso da Casa de Pindela, do grupo dos Vencidos da Vida, publica Azulejos (1886).
As belezas paisagísticas e os miradouros (Monte do Facho, Stª Catarina, Senhor dos Aflitos), assim como, o património arquitectónico construído ao longo de séculos (castros, casas solarengas como a do Vinhal e de Pindela), as pontes românicas (Lagoncinha, S. Veríssimo, Coura e Gravateira), a memória camiliana, onde avulta a Casa de Camilo, as Igrejas românicas, capelas e cruzeiros, (por exemplo, o cruzeiro em granito em Arnoso Stª Maria do séc. XVI), são riquezas inestimáveis que dando dimensão histórica à nossa condição humana, devolvem-nos um sentimento colectivo imperecível de famalicenses e cidadãos do mundo
.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Outono em Famalicão

Descobrir a nossa cidade


No dia 6 de Novembro de 2008, o grupo Viver Famalicão organizou uma visita de estudo na cidade de Vila Nova de Famalicão, para a turma 1207 da Escola Secundária D. Sancho I. Visitamos três museus: Fundação Cupertino de Miranda, Museu Soledade Malvar e Museu Bernardino Machado.
Apesar de serem famalicenses, a maioria dos alunos nunca tinham visitado ou não sabiam sequer da existência do Museu Soledade Malvar e do Museu Bernardino Machado. Por isto, podemos afirmar que contribuímos para aumentar o conhecimento dos estudantes sobre a sua cidade natal.
Aqui vão algumas respostas do 1207 á pergunta: Os Famalicenses dão o devido valor ao património da sua cidade?

Não. Dá-mos muito mais valor aos de outras cidades, esquecendo os grandes museus existentes na nossa.

Não, porque muitas vezes passam pelos museus e não se interessam minimamente pelo seu interior ou pelo seu conteúdo histórico e cultural.
Não, pois como podemos observar, os museus estavam sem visitantes.

Não e eu sou prova disso, pois não sabia que Famalicão era tão rico.

Acho que os Famalicenses não se apercebem do património que dispõem, senão valorizavam-no.